Unindo crenças

Terreiros de Umbanda se reúnem contra intolerância religiosa

Evento acontece de graça na sexta (30)

O encontro será no  Clube de Regatas Gragoatá
O encontro será no Clube de Regatas Gragoatá |  Foto: Reprodução
 

A Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal de Niterói promove na sexta (30) o Encontro de Terreiros de Umbanda, no Clube de Regatas Gragoatá, no bairro de Gragoatá, em Niterói.

A feira cultural contará com palestra sobre legalização de terreiros, realizada pela Defensoria Pública do Estado, entrega de homenagens e uma grande gira de umbanda.

Realizado em parceria com Casa da Jurema - Mãe Lelê, Centro Espírita Caboclo Sete Flechas das Matas - Mãe Renata e Pai Bruno, Ilé Asé Omo Yemanjá - Pai Marcos de Yemanjá e  Ilé Asé T’Ògún Korodé - Pai Guaraci T’Ógun Korodé, o evento acontecerá das 15h às 22h com entrada gratuita.

Entre as personalidades de destaque confirmadas no encontro estão a iyalorixá de Obaluayê Mãe Marcia Marçal, a vereadora do Rio de Janeiro Luciana Boiteux e o deputado federal Pastor Henrique Vieira. A presidente da Comissão de Direitos Humanos, da Criança, do Adolescente e da Mulher da Câmara de Niterói, vereadora Benny Briolly (Psol), fala da importância do movimento dos povos de matriz africana.

Brasil se tornou um Estado laico há mais de 130 anos, mas os adeptos das crenças de matriz africana são os que sofrem a maioria dos ataques de intolerância religiosa no país
  

“A nossa mobilização política é crucial para assegurar a preservação e promoção de nossa identidade cultural, debatendo sobre direitos e interesses, bem como para combater o preconceito e a discriminação que historicamente enfrentamos. Niterói é uma cidade que possui ancestralidade, que é repleta de terreiros de umbanda e candomblé, e o objetivo da atividade é reunir estas pessoas para que possamos trocar experiências, compreendendo que unidos conseguimos cobrar dos órgãos competentes as nossas demandas religiosas”, explica.

O Brasil se tornou um Estado laico há mais de 130 anos, mas os adeptos das crenças de matriz africana são os que sofrem a maioria dos ataques de intolerância religiosa no país. Dados do Disque 100, canal para notificação de violações de direitos humanos do Governo Federal, revelam que o número de denúncias aumentou 106% em apenas um ano, passando de 583, em 2021, para 1,2 mil, em 2022, uma média de três por dia.

Assim, o encontro tem o objetivo de dar visibilidade para as religiões de matriz africana junto aos políticos e a toda sociedade e, em especial, visa combater toda e qualquer discriminação e intolerância com ênfase nas religiões e o povo negro.

“A umbanda é uma religião brasileira que surgiu em Niterói e tomou proporção nacional. Através de nossa organização política nos unimos em busca de melhorias sociais e econômicas. E também para influenciar a tomada de decisões políticas que afetam nossas vidas e estabelecer mecanismos de proteção contra a violência e a opressão”, reforça Benny.

< Policial e amigo são sequestrados por traficantes na Zona Norte Menina de dois anos faz pirraça por tapioca em restaurante de Paris <